Sessão
de apresentação
Obra
Completa do Padre António Vieira
Fundação
José Saramago, Lisboa, 25 de junho de 2013
Duas
ausências. A de Saramago, a de Vieira. Mas presentes: pelos recantos dos Casa
dos Bicos, agora Fundação José Saramago. Pilar del Río acolheu-nos naquela que
é uma das casas do nobel da literatura para se falar de António Vieira.
Admirador do prosador setecentista, que gostava de revisitar de tempos a
tempos, Saramago escreveu sobre ele com admiração - Abrimos os Sermões do
Padre António Vieira e verificamos que há em tudo o que escreveu uma língua
cheia de sabor e de ritmo, como se isso não fosse exterior à língua, mas lhe
fosse intrínseco. António Mega Ferreira, convidado apresentar a sua
Obra, confessou o entusiasmo com que começou já a ler os primeiros volumes
publicados pelo Círculo de Leitores. Maior do que a vida, homem do
mundo, Vieira é também para Mega Ferreira o maior prosador de sempre da
língua portuguesa.
Acompanhada
a sessão por dois momentos musicais de João Vasco, e pela leitura de excertos
dos textos do Padre António Vieira, os ausentes estiveram entre nós. Pela
palavra, pelo regresso que se mantém fresco e atual aos escritos de Vieira, e
por essa vitalidade de língua em que o próprio Saramago bebia inspiração - Isto
a que chamam o meu estilo assenta na grande admiração e respeito que tenho pela
língua que foi falada em Portugal nos séculos XVI e XVII… A língua então era um
fluxo ininterrupto. Admitindo que possamos compará-la a um rio, sentimos que é
como uma grande massa de água que desliza com peso, com brilho, com ritmo,
mesmo que, por vezes, o seu curso seja interrompido por cataratas.»
Palavras de Saramago. Sobre Vieira.
Aqui
ficam algumas imagens do evento.
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Os exemplares de Padre Vieira que fazem parte da Biblioteca José Saramago. |
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Guilhermina Gomes e António Mega Ferreira. |
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A revista do Círculo de Leitores. |